Biomas são espaços geográficos que possuem aspectos físicos em comum: o clima, a vegetação, o relevo, a hidrografia, a geologia e o solo. Essas especificidades geram um conjunto vegetal e animal comum.
Um bioma é uma região natural que engloba toda a biodiversidade de uma área, que pode ser identificada por condições geológicas e climáticas que, historicamente, deram origem aos mesmos processos de formação de paisagem.
O Cerrado possui uma área contínua que incide sobre 11 estados em todas as regiões brasileiras, além do Distrito Federal. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul.
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas, o que proporciona aos habitats uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias.
Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, ribeirinhos, babaçueiras e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade.
20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorrem e pelo menos 137 espécies de animais do Cerrado estão ameaçadas de extinção. Depois da Mata Atlântica, é o bioma que mais sofreu com a degradação causada pela expansão da fronteira agrícola brasileira.
Fonte: Cerrado (mma.gov.br)
Único bioma brasileiro restrito a um único estado, o Rio Grande do Sul. As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e global.
O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens se caracterizam pelos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares e de encostas, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, etc.
Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os campos nativos tem sido a principal atividade econômica da região, o que tem permitido a conservação dos campos e o desenvolvimento de uma culturamestiça singular, representada pela figura do gaúcho.
Em relação às áreas naturais protegidas, o Pampa é o bioma menos representado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), contando com apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação.
Fonte: Pampa (mma.gov.br)
A Caatinga ocupa o equivalente a 11% do território nacional, distribuídos entre 10 estados do nordeste brasileiro. Sua biodiversidade ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos.
O bioma abriga centenas de espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.
A Caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país.
O conhecimento sobre o bioma, espécies ameaçadas e sobreexplotadas, unidades de conservação e alternativas de manejo sustentável aumentou nos últimos anos, ainda assim, o desmatamento do bioma ultrapassa os 46% de sua abrangência nacional.
Fonte: Caatinga (mma.gov.br)
A Amazônia é quase mítica: um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e morte de mais de um-terço das espécies que vivem sobre a Terra.
Os números são monumentais: na Amazônia brasileira, que conta com 4,196.943 milhões de km², crescem 2.500 espécies de árvores (um terço de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil que existem na América do Sul).
A região abriga também grande riqueza cultural, como o conhecimento tradicional sobre usos e formas de explorar os recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural. A floresta vive a partir de seu próprio material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer interferências.
A riqueza natural da Amazônia se contrapõe dramaticamente aos baixos índices sócio-econômicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização.
Fonte: Amazônia (mma.gov.br)
O Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma sofre influência direta de outros biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, além do Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).
Uma característica interessante desse bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave símbolo do Pantanal.
Há de se destacar, no Pantanal, a presença das comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas, coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, dentre outras. Essas comunidades influenciaram diretamente na formação cultural da população pantaneira.
De acordo com o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite, realizado com imagens de satélite, o Pantanal mantém 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Apenas 4,6% do bioma encontram-se protegidos por unidades de conservação.
Fonte: Pantanal (mma.gov.br)
A Mata Atlântica é composta por formações florestais nativas e ecossistemas associados (manguezais, restingas, campos de altitude, brejos e encraves florestais do Nordeste). Originalmente, o bioma estendia-se por grande parte da costa do país. Devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje restam cerca de 29% de sua cobertura original.
Mesmo assim, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil), incluindo espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes, a exemplo da América do Norte, que conta com 17 mil espécies vegetais e Europa, com 12,5 mil.
Seus ecossistemas são responsáveis pela regulação e abastecimento de água e equilíbrio climáticos; proteção de encostas e atenuação de desastres; produção de alimentos, madeira, fibras, óleos e remédios; além de proporcionar paisagens cênicas e preservar um patrimônio histórico e cultural imenso.
A conservação dos remanescentes de Mata Atlântica e a recuperação da sua vegetação nativa tornam-se fundamentais para a sociedade brasileira, destacando-se para isso áreas protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas, além de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.
Fonte: Mata Atlântica (mma.gov.br)