Glossário
CAPACITISMO
Atitudes preconceituosas que hierarquizam sujeitos em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional. Com base no capacitismo, discriminam as pessoas com deficiência (MELLO, 2016).
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n10/1413-8123-csc-21-10-3265.pdf
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Processo de educar as relações entre pessoas de diferentes grupos étnicos- raciais, que tem início com mudanças no modo de se dirigirem umas às outras, a fim de que desde logo se rompa com sentimentos de inferioridade e superioridade, se desconsiderem julgamentos fundamentados em preconceito, deixem de se aceitar posições hierárquicas forjadas em desigualdades raciais e sociais (SILVA, 2007)
Fonte: http://www.redalyc.org/html/848/84806306/
RACISMO
O racismo é, por um lado, um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo, etc. Ele é por outro lado um conjunto de ideias e imagens referente aos grupos humanos que acreditam na existência de raças superiores e inferiores. O racismo também resulta da vontade de se impor uma verdade ou uma crença particular como única e verdadeira (GOMES, 2005)
XENOFOBIA E MIGRAÇÃO
Imigração
A palavra imigração vem da raiz latina migrare, que significa mudar de posição, mudar de local de moradia, indica movimento. A associação do migrare aos prefixos que dão sentido de entrada (in-) ou de saída (ex-) define as palavras imigração (movimento de fora para dentro) e emigração (movimento de dentro para fora). Passamos a tratar como emigrantes aqueles grupos que se movimentam para fora de um país e de imigrantes os mesmos grupos que entram e se estabelecem em outro país. Quando o movimento ocorre dentro de um mesmo país esses grupos são chamados apenas de migrantes, sem prefixo. A migração tem por causa as contradições que se desenvolveram ao longo da história e possuem relação direta com as relações sociais de exploração, de dominação, de acumulação dos recursos naturais e das riquezas materiais produzidas nas mãos de um grupo minoritário. Ao lado temos a socialização da pobreza, da miséria e das condições mais degradantes para a população que trabalha e produz, de fato, as riquezas materiais. Em poucas palavras: as sociedades humanas divididas em classes sociais e, portanto, baseadas na exploração do humano pelo humano, criam as contradições que motivam a migração de grandes grupos em condições mais vulneráveis de vida e acesso aos bens materiais. (MANGOLIN, 2018).
Fonte: http://revistareflexoes.com.br/wp-content/uploads/2018/07/14.1.2-cesar-unicamp.pdf
Xenofobia
A xenofobia é de origem grega e formada por duas palavras: xenos e fovos. Encontramos geralmente como sinônimos de xenofobia o “medo do estrangeiro” ou a “repulsa ao estrangeiro”. A noção de ser nacional ou estrangeiro não passa apenas pela definição da fronteira, mas o fenômeno da xenofobia é algo que vai para além desse fato. Xenofobia é uma manifestação de repulsa ao que não é reconhecido como sendo a própria cultura, mas não é apenas isso: a essa diferença ou a esse “desconhecido” é atribuído algum risco, perigo ou consequência negativa da sua presença, que precisa ser repelida. No geral, esse fenômeno é acompanhado de uma generalização preconceituosa e pejorativa de um dado povo ou cultura, que pretende justificar desigualdades (MANGOLIN, 2018)
Fonte: http://revistareflexoes.com.br/wp-content/uploads/2018/07/14.1.2-cesar-unicamp.pdf
FEMINISMO
Na virada do século, as manifestações contra a discriminação feminina adquiriram uma visibilidade e uma expressividade maior no chamado "sufragismo", ou seja, no movimento voltado para estender o direito do voto às mulheres. Com uma amplitude inusitada, alastrando-se por vários países ocidentais (ainda que com força e resultados desiguais), o sufragismo passou a ser reconhecido, posteriormente, como a "primeira onda" do feminismo. Seus objetivos mais imediatos (eventualmente acrescidos de reivindicações ligadas à organização da família, oportunidade de estudo ou acesso a determinadas profissões) estavam, sem dúvida, ligados ao interesse das mulheres brancas de classe média, e o alcance dessas metas (embora circunscrito a alguns países) foi seguido de uma certa acomodação no movimento. Será no desdobramento da assim denominada "segunda onda" — aquela que se inicia no final da década de 1960 — que o feminismo, além das preocupações sociais e políticas, irá se voltar para as construções propriamente teóricas. No âmbito do debate que a partir de então se trava, entre estudiosas e militantes, de um lado, e seus críticos ou suas críticas, de outro, será engendrado e problematizado o conceito de gênero. Já se tornou lugar comum referir-se ao ano de 1968 para assinalar, de uma forma muito concreta, a manifestação coletiva da insatisfação e do protesto que já vinham sendo gestados há algum tempo. É, portanto, nesse contexto de efervescência social e política, de contestação e de transformação, que o movimento feminista contemporâneo ressurge, expressando se não apenas através de grupos de conscientização, marchas e protestos públicos, mas também através de livros, jornais e revistas
FEMINISMO NEGRO
Esse novo olhar feminista e anti-racista, ao integrar em si tanto as tradições de luta do movimento negro como a tradição de luta do movimento de mulheres, afirma essa nova identidade política decorrente da condição específica do ser mulher negra. O atual movimento de mulheres negras, ao trazer para a cena política as contradições resultantes da articulação das variáveis de raça, classe e gênero, promove a síntese das bandeiras de luta historicamente levantadas pelos movimentos negros e de mulheres do país, enegrecendo de um lado, as reivindicações das mulheres, tornando-as assim mais representativas do conjunto das mulheres brasileiras, e, por outro lado, promovendo a feminização das propostas e reivindicações do movimento negro. A origem branca e ocidental do feminismo estabeleceu sua hegemonia na equação das diferenças de gênero e tem determinado que as mulheres não brancas e pobres, de todas as partes do mundo, lutem para integrar em seu ideário as especificidades raciais, étnicas, culturais, religiosas e de classe social.
MISOGINIA
A palavra misoginia apareceu pela primeira vez no Oxford English Dictionary em 1656 e era definida como ódio e o desprezo para com as mulheres. A autora, Avigliano (2010), lembra o fato de que a palavra Misoginia já havia aparecido em 1630 na publicação “Swetman arraigned” em resposta a um texto escrito por Swetman no qual ele atacava e depreciava as mulheres. A literatura mostra que a misoginia, o prejuízo mais antigo do mundo, nunca saiu de moda, pois, conforme nos ensina Alambert (1986, apud BICALHO, 2001), as formas discriminatórias contra a mulher também se transformaram, à medida que as sociedades humanas evoluíram, tornaram-se mais refinadas, sofisticadas, mas nem por isso menos inadmissíveis do que na época da pedra lascada. Pagels et al (1992 apud BICALHO, 2001) comenta sobre a discussão acerca das desigualdades entre homens e mulheres, explicando que a mesma não é recente: dos gregos antigos até bem pouco tempo atrás acreditava-se que a mulher era um ser inferior na escala metafísica que dividia os seres humanos, e por isso somente os homens detinham o direito de exercer uma vida pública. Dessa forma a autora conclui que a misoginia não é uma invenção, é um fato histórico
Fonte: http://www.feata.edu.br/downloads/revistas/avessodoavesso/v14_artigo11_misoginia.pdf