Acadêmicos da Unesc discutem Equidade Racial e Saúde da População Negra em encontro proposto pelo Neabi
Acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Medicina, e Técnicos de Enfermagem da Unesc participaram de um evento significativo no bloco R da Unesc, na noite dessa quinta-feira (16/11). O encontro, realizado em comemoração ao 10º Novembro da Consciência Negra, teve como foco principal o debate sobre Equidade Racial e Saúde da população negra.
Proposto pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade, o evento contou com palestras ministradas pela psicóloga Janaína Damásio Vitório e pela enfermeira Maria Madalena Santiago.
Janaína abordou as dificuldades cotidianas enfrentadas pela população negra, especialmente questões relacionadas à segurança. Além disso, ela ressaltou a importância da Lei nº 10639, que exige o estudo da história afro-brasileira, africana e indígena nas escolas brasileiras, promovendo uma visão mais inclusiva e ampla da cultura brasileira.
Por sua vez, Madalena concentrou sua fala na relação entre a saúde e os negros, destacando doenças como diabetes e hipertensão, que afetam de forma mais acentuada essa parcela da população e exigem cuidados específicos e diferenciados.
“Quando abordamos a saúde mental da população negra, é crucial entender que muitos dos desafios mentais enfrentados a essa população não devem ser imediatamente rotulados como patologias. Em vez disso, é essencial identificar e considerar o contexto social, especialmente as questões resultantes do racismo estrutural, antes de apontar diagnósticos”, disse Janaína.
Segundo ela, é fundamental reconhecer as experiências de violência enfrentadas pela população negra. “Dialogar sobre essas questões com profissionais da área da saúde é de extrema importância. Isso permite que eles enxerguem a pessoa para além do que é evidente, levando em conta o ambiente e os desafios raciais que impactam a vida da população negra”, afirmou Janaína.
Para Maria Madalena, foi um momento extremamente promissor, pois o foco foi a reflexão e análise, compartilhando a luta diária em prol da vida. "Como enfermeira e atualmente professora, tive a oportunidade de perceber uma mudança de perspectiva nos futuros profissionais. Todos estavam profundamente envolvidos, atentos às informações que apresentamos sobre as doenças mais comuns nessa população e estratégias de prevenção baseadas em evidências científicas. Suas perguntas foram instigantes, abordaram questões culturais racistas e deram um feedback incrivelmente positivo”, comentou.
“Fico feliz por ser parte do Neabi e poder contribuir para momentos que transformam mentalidades retrógradas, promovendo uma visão de equidade, igualdade e integralidade no nosso sistema de saúde. Meu amor pelo SUS é profundo. Acredito em cada aspecto dele e sinto que é meu dever, como educadora, compartilhar informações com aqueles que ainda não têm acesso”, complementou a professora.
O Neabi, espaço de interação e promoção de debates, tem como objetivo incentivar políticas e práticas contra a discriminação racial, buscando a promoção da justiça social e equidade racial e de gênero, incentivando a integração entre cursos, professores, funcionários, acadêmicos e demais setores da Universidade e da sociedade em geral.
Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing
17 de novembro de 2023 às 14:36