[ARTIGO DE OPINIÃO] Capacitar agricultores para serem agricultores
A educação oferecida à população do campo vem gerando grande discussões nos dias atuais. Dessas discussões, ouvimos, frequentemente, os termos “Educação no Campo” e “Educação Rural.” É necessário sabermos distinguir determinados temas, uma vez que apresentam semelhanças no termo, no entanto possuem significados distintos. Educação no campo caracteriza todo meio de educação que seja ministrado no campo, onde o educador e o educando não possuem necessariamente vínculos com alguma cultura rural. Já a Educação rural, define conteúdos vinculados ao conceito de rural, a um modo de vida específico, no qual o educador e o educando possuem vínculos com a agricultura, assim, como transmitem a educação como um modo de vida rural, construída a partir do campo e sua cultura.
Segundo o “Texto para discussão”, a respeito das “diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional técnica de nível médio” publicado pelo MEC, é de suma importância trazer a Educação Rural para a realidade brasileira. Visto que, desse modo haverá a preparação dos educandos para um trabalho, em que haja a apropriação dos meios de produção, de maneira que a terra seja vista com um meio de produzir a identidade local. Sendo que, as instituições de ensino agrícola atuais capacitam os educandos para atender as exigências da “revolução verde," não existindo uma política de formação para capacitar os agricultores a serem agricultores.
De acordo com o MEC, faz-se necessário a criação de uma nova matriz científico-tecnológica para o trabalho no campo. “Produzida desde a lógica da agricultura camponesa sustentável, situando esta matriz no contexto mais amplo de transformações das relações sociais e do sistema dominante de produção.” (BRASIL, 2017)
A concepção metodológica de educação do campo que o MEC levanta para discussão é regulada por uma organização curricular, que visa integrar e reorganizar os tempos e espaços educativos. Dessa maneira, os cursos propostos favorecem o resgate da identidade das pessoas, de seus valores, saberes e práticas, “permitindo à população que vive e trabalha no campo assumir sua condição de protagonista de um projeto social global e colocando o mundo rural numa relação horizontal, cooperativa e complementar ao mundo urbano.” (BRASIL, 2017)
Essa prática busca priorizar a agricultura familiar, e ter como referência para a dinâmica produtiva, a agroecologia e os sistemas orgânicos de produção. De tal maneira a elevar a produtividade e a autonomia das comunidades, tendo um mínimo de impacto ambiental, bem como o retorno sócio econômico-financeiro atendendo às necessidades sociais da população. Buscando uma educação comprometida com as diversas necessidades sociais e culturais da população brasileira, incentivando desse modo para que os jovens permaneçam no campo, através do ensino de novas alternativas de renda, por meio da agricultura familiar.
Diante do exposto, percebemos que a implantação da educação rural na rede de ensino brasileira dará grande apoio e incentivo a agricultura familiar. Haja vista, que não estará somente dando suporte aos agricultores, mas também, estará capacitando novos jovens agricultores, que desse modo terão um incentivo para permanecer no campo e dar continuidade ao trabalho de seus pais; evoluindo junto com a tecnologia sem perder a verdadeira essência do trabalho rural familiar.
Valéria Pirola Isé
Curso de Arquitetura – 9ª fase
BRASIL. Ministério da Educação. Ministério da Educação. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM DEBATE. Disponível em: <file:///D:/TCI/LEITURAS/dcn_paraeducacao_profissional_debate.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2017.
03 de maio de 2017 às 14:445 comentários
Professora Carina Freitas
17 de maio de 2017 às 18:15Valéria, Muito bom ler sobre a educação no campo educação rural! Amei seu título, diz tudo! Parabéns!
Andréa Rabelo Marcelino
10 de maio de 2017 às 23:47Incentivar cada vez mais a agricultura familiar nos dias atuais é uma maneira de garantir o jovem agricultor permaneça no campo com práticas inovadoras, evitando o êxodo rural.
Juliana Ugioni Daminelli
10 de maio de 2017 às 15:52Boas contribuições para que o trabalho rural seja valorizado, podendo trabalhar junto as tecnologias.
Miriane Buss Roecker
10 de maio de 2017 às 15:16Parabéns. É uma ótima proposta para incentivar jovens a permanecer no campo. Diminuindo assim, o êxodo rural e melhorando a qualidade de vida.
josé gustavo santos
10 de maio de 2017 às 14:26Educar para o campo com intuito de diminuir o êxodo rural é uma proposta interessante se trabalhado de maneira correta.
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