Ciência Unesc

Escolhas de um pesquisador! Na visão de um professor/orientador/pesquisador

Prof.  Dr. Ricardo Pinho -
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício -
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/UNASAU/UNESC -

Ser um pesquisador não é uma tarefa fácil como alguns ou muitos imaginam. É preciso muito mais do que vontade, é preciso fazer escolhas certas em momentos certos. Já formei (ou ajudei a formar) muitos jovens e, provavelmente, muitos ainda virão. Por isso resolvi escrever sobre as escolhas que fizemos e para onde elas podem nos levar. Tenho observado da necessidade de refletir um pouco sobre as escolhas que fizemos, particularmente na vida acadêmico-científica. Obviamente, muitas dessas escolhas são circunstâncias da própria rotina, outras são conveniências do momento, mas outras devem ser pensadas e repensadas antes que assumam responsabilidades e compromissos para não elevar o risco de um possível fracasso. O fracasso ou o sucesso não são diretamente frutos das escolhas que fizemos, mas do empenho e dedicação que aplicamos sobre cada uma delas.

Fiz muitas escolhas em minha vida e, na grande maioria, acertei. Isso não quer dizer que não errei em algumas delas ou escolhi equivocadamente. Entretanto, considero que as escolhas feitas me trouxeram bons frutos, mas esses frutos foram colhidos a partir da responsabilidade e do compromisso que tive em cada uma de minhas escolhas, tanto no campo pessoal quanto profissional. Fazer escolhas não é algo fácil, mas ao escolher é preciso tocar a diante ou então deixá-la de lado, o que também é uma nova escolha.

O sucesso nas escolhas que fizemos decorre de muita persistência, de muito suor, de muito trabalho e também de muita renuncia. Ser um pesquisador e cientista é isso, uma vida constante de escolhas e renúncias. Trabalhar nas férias, domingos e feriados, faz parte desse contexto. Renunciar encontros, festas, sol, mar e cerveja (de vez em quando, por que ninguém é de ferro) também. O que não pode é dar desculpas de que algo não foi feito por falta de tempo, problemas pessoais ou outros compromissos alheios às escolhas principais. Isso não cabe quando a escolha feita foi seguir ou ter uma vida de pesquisador ou cientista, ao contrário, o fracasso seria ou será mais pronunciado do que o sucesso.

Estamos continuamente a fazer escolhas e a cada escolha feita um fruto será colhido, ou seja, somos e seremos frutos das escolhas que fizemos. Portanto, àqueles que escolherem essa vida “maluca” da ciência, que assumam diuturnamente o compromisso que assumiram perante si e aos seus orientadores e exerçam suas atividades com responsabilidade para que os frutos a serem colhidos não caiam precocemente ou se tornem um sinônimo de fracasso, mas ao contrário, alimentem o sucesso que sempre é esperado quando fizemos as nossas escolhas.

 

16 de novembro de 2015 às 16:22
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