Raimundo Nonato: cultura popular de raiz
Em frente à prefeitura, notei logo aquele cabra de camisa laranja, semblante meio indiano, assim como o baião às vezes lembra a música indiana: viola = cítara. Vi que me olhava de soslaio. Me aproximei e chamei conversa. Pessoa de fala calma e firme. Pele endurecida e queimada pelo rigor do tempo há muito tempo, mas sorriso manso e sincero. Raimundo Nonato da Silva, 48 anos. Profissional da roça “desde criança”. Hoje vigilante municipal. Aos 15 anos foi picado por uma Jararacuçu (a nossa jararaca), cobra de peçonha letal se não houver socorro médico rápido. Conta ele que no momento da picada, ainda com a cobra presa pelos dentes em sua pela, sentiu que nada aconteceria. E para o pânico de todos, aquele pirralho se negou a receber qualquer socorro. Ainda segundo Nonato, quando em São Paulo, já bem mais tarde, em consulta médica, o profissional teria dito a ele que possui uma imunidade natural no sangue. “Dá até para fazer soro”, se orgulha e brinca: “as cobras fogem de mim”.
Questionado sobre o penduricalho que traz ao pescoço, ele explica: “quando se acha um chifre de boi, com a ponta bem aguda, pode pegar e serrar a ponta, lixar e trazer junto para afastar as energias negativas, o mau olhado e a inveja”, sentencia. Eu, hein? Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay...
25 de janeiro de 2011 às 15:011 comentário
Rosimeri Vieira
25 de janeiro de 2011 às 21:34Vocês são maravilhosos!!!Que legal esse projeto.Que legal esse ato.Que legal a iniciativa da UNESC.!!!ESTOU JUNTO COM VOCÊS!!!!!!