Com participação ativa no desenvolvimento regional, Unesc vislumbra futuro promissor com o reconhecimento do Geoparque
Em todo o mundo, 70% das pessoas que gostam de viajar buscam o turismo sustentável. Em Santa Catarina, este tipo de atividade deve ser impulsionada após a chancela oficial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ao Geoparque Global Caminho dos Cânions do Sul.
O reconhecimento como território de relevância geológica internacional das belezas naturais distribuídas entre os municípios de Praia Grande, Jacinto Machado e Timbé do Sul e Morro Grande, ocorreu neste mês.
A expectativa de moradores e autoridades da região é que a economia ganhe grande impulso a partir desta chancela e quem dá grande contribuição ao local ao longo dos anos é a Unesc. “Nossa história enquanto Universidade de todo o Sul e Extremo Sul catarinense se entrelaça ao desenvolvimento deste território. Nós nos sentimos pertencentes desta jornada nesses quase 54 anos de história e cada vez mais conectados, especialmente com a maratona de trabalho no desenvolvimento dos Planos de Desenvolvimento Socioeconômico dos 15 municípios da Amesc. Temos nesse projeto um trabalho desafiador, que envolve toda a comunidade acadêmica e promete ser propulsor de ainda mais desenvolvimento e, logo, qualidade de vida à comunidade”, enfatiza a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.
Série de atividades
Como Universidade Comunitária, com sede em Criciúma, mas com campus também em Araranguá, a instituição realiza diversas ações na região que engloba o Geoparque Global Caminho dos Cânions do Sul. Exemplos não faltam: Em Jacinto Machado, a Unesc, por meio do Parque Científico e Tecnológico (Iparque), elaborou o Projeto EIA/RIMA para a implantação da estrada na Serra Fundo Grande. Já em Praia Grande, foi realizado o projeto de avaliação ambiental e medidas de readequação do antigo lixão e projeto de investigação ambiental. “A Unesc fez ainda a avaliação ambiental e proposição de medidas para adequação ambiental do antigo lixão de Praia Grande, um estudo realizado entre 2020 e 2021, buscando obter um retrato atualizado do status ambiental da área do antigo lixão daquele município. bém, o estudo propôs medidas técnicas para a readequação ambiental visando a estabilização dos impactos ambientais”, fala o Gerente de Operações do Iparque, Fernando Bertan.
Além destes, a Unesc também fez o estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental para abertura da Estrada da Serra do Fundo Grande, em Jacinto Machado e estudo, que está em fase de esclarecimentos e complementações solicitadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). “Depois de muito trabalho, este território foi incluído na rota mundial de geoparques. Isso não foi do dia para a noite. Muitas pessoas se envolveram para que este sonho se tornasse realidade. Fazer parte deste território não tem preço, mas nenhuma conquista se faz somente pelo sonho meramente, alguém tem que trabalhar, colocar a mão na massa, se reunir, viajar, bater na porta para que as coisas de fato aconteçam. E nós, agora, estamos levando a população a partir de um movimento, um processo de pensar e projetar o futuro através do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico”, cita a Pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unesc, Gisele Coelho Lopes.
Totalizando uma área de 2.830 quilômetros quadrados, além das quatro cidades catarinenses, o Geoparque também está dentro dos territórios de três municípios do Rio Grande do Sul: Torres, Mampituba e Cambará do Sul. E é lá, em solo gaúcho, que a Unesc também leva as suas contribuições. “A Universidade realizou a Avaliação Hidrológica e Hidrodinâmica na Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Este estudo foi feito para o município de Mampituba, com o objetivo de realizar a simulação de cenários de inundação em diferentes localidades de seu território. Ele foi realizado entre 2020 e 2021 e no momento estamos fazendo as adequações solicitadas pelo Ministério Público Federal”, pontua Bertan, acrescentando que os projetos foram desenvolvidos pelo Centro de Engenharia e Geoprocessamento (CEGEO) e pelo Centro de projetos e estudos ambientais (CPEA).
Novo momento
Os dados que apontam que 70% de pessoas que procuram o turismo sustentável faz parte da defesa do presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur), Henrique Maciel. “Estamos vivendo um grande momento. Um momento de retomada do setor mais afetado pela pandemia. O Extremo Sul de Santa Catarina, Praia Grande como sede do Geoparque Mundial e também Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande, municípios que ficam no entorno dos nossos grandes cânions da América Latina, uma região que conta com a maior cadeia de cânions de toda a américa, isso faz com que Santa Catarina se torne ainda mais fortalecido e consolidado como destino mais completo do Brasil”, comemora.
Mas afinal de contas, o que são os geoparques? A explicação é dada pela própria Unesco. Segundo a organização mundial, eles são os “Territórios do Futuro”, onde as riquezas naturais e culturais se revelam como os principais recursos para a geração de novas oportunidades de renda e melhoria das condições de vida das comunidades. “Sem dúvida, ele faz com que a economia de Santa Catarina e do Brasil seja fortalecida, tendo a geração de emprego e renda como um novo atrativo, com um produto novo aqui no nosso país, fazendo com que turistas do mundo inteiro visitem lugares como este”, completa Maciel.
Mais ações da Unesc no território do Geoparque
As ações da Unesc na região do Goeparque não para por aí. A Universidade, por meio do Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz (Lapis), executa um projeto de extensão que tem o objetivo de envolver crianças em idade escolar em ações de valorização e a proteção do patrimônio arqueológico, assim como a história e cultura indígena. Isso será possível por meio do “Projeto de Extensão Arqueologia Pública No Extremo Sul Catarinense: Patrimônio arqueológico e a história e cultura dos Povos Indígenas”, aprovado no edital da Pró-Reitoria Acadêmica Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias (ProAcad) da Universidade, com carta de aceite do Geoparque Aspirante Caminhos dos Cânions do Sul.
Conforme o coordenador do Laboratório e do projeto, além de integrante do Comitê Educativo e Científico (CEC), Juliano Campos, são envolvidas escolas municipais e estaduais nos municípios que são integrantes do Geoparque Aspirante Caminhos dos Cânions do Sul: Praia Grande, Jacinto Machado, Morro Grande e Timbé, do sul no estado de Santa Catarina e Mampituba, Torres e Cambará do Sul, no estado do Rio Grande do Sul.
Outra iniciativa foi a publicação de um livro em forma de quadrinhos, ilustrado, colorido, de linguagem acessível e atrativo, lançado em parceria com o Consórcio Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul que leva a história do Geoparque para dez mil crianças da rede pública de ensino nos sete municípios que compõe o grupo.
O material, intitulado “Turma do Geoparquito em: sonhando com um Geoparque no Sul do Brasil”, retrata a história e está repleta de informação científica contada de forma acessível e é de autoria dos professores Nilzo Ivo Ladwig (Laboratório de Planejamento e Gestão Territorial) e Juliano Bitencourt Campos (Laboratório de Arqueologia Pedro Ignácio Schmitz), do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), da Unesc, e de Jucélia Tramontin Dalpiás, professora da rede estadual de ensino de Praia Grande.
Já a ilustração do material ficou por conta do acadêmico do curso de Artes Visuais da Unesc, Eduardo Pioner Peixoto. O objetivo dos estudiosos ao preparar o material ao longo de três anos foi apresentar para as crianças e, logo, suas famílias, o Projeto “Geoparque Caminho dos Cânions do Sul” e enaltecer a sua importância para a região e para o país, fazendo com que a própria região reconheça e se orgulhe do patrimônio que possui.
Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing
04 de maio de 2022 às 14:10