Taíse Forgiarini Mais imagens O feriado de Tiradentes, comemorado nesta sexta-feira (21/04), e o Descobrimento do Brasil, no sábado (22/04), deveriam nos levar a profundas reflexões sobre a história do país e o significado destas datas. Porém, segundo o coordenador do Museu Universitário, professor Nivaldo Aníbal Goularte, o sentido destas comemorações está sendo esquecido com o passar dos anos e as pessoas sentem falta desta valorização. "Na época de Tiradentes a República precisava de um herói com qualidades individuais, coragem, retidão, solidariedade, ideais de república e de liberdade, estava aí o modelo perfeito: Tiradentes. Entretanto, a República não precisava e não queria um herói que tivesse denunciado o latifúndio, as injustiças, o analfabetismo, os privilégios. Talvez, por isso, que nossos feriados são mornos, sentem as pessoas essa falta de sentido mais profundo, exatamente pelo fato do seu significado ser pobre", analisa.
Quanto ao Descobrimento do Brasil, Goularte lembra que esta é apenas uma data oficial porque Cabral não foi o primeiro europeu a pisar em solo brasileiro, "nem faz sentido falar em descoberta se o território, de norte a sul, era ocupado por mais ou menos 5 milhões de indígenas. Vale sim refletir sobre a data enquanto encontro de dois mundos com valores e culturas diferentes e que, ao entrarem em contato, a sociedade européia exterminou culturas, escravizou as populações, agrediu o ecossistema e introduziu a monocultura. É disso que temos que lembrar", critica o professor, que leciona História do Brasil junto ao curso de História.
19 de abril de 2006 às 15:14 
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