Cadernos do CEOM: Arqueologia Entre Rios: do Urussanga ao Mampituba. Paleoambiente, cultura material e ocupação humana na paisagem litorânea do extremo cul catarinense entre 3500-200 anos AP
Marcos César Pereira Santos, Diego Dias Pavei, Juliano Bitencourt Campos
Este artigo apresenta uma proposta de sequência arqueológica regional para a Planície Costeira do Extremo Sul Catarinense, com cronologia média entre os 3.500-235 anos AP. Os dados baseiam-se nos resultados dos estudos realizados no projeto de pesquisa Arqueologia Entre Rios: do Urussanga ao Mampituba (AERUM). O setor Norte do projeto AERUM é apresentado no presente artigo como modelo de integração dos dados. Em 286 km2, foram encontrados 53 sítios arqueológicos relacionados a duas fases paleoambientais associadas ao estabelecimento da floresta tropical úmida na região. Existem quatro conjuntos arqueológicos diferenciados: sítios líticos com pontas bifaciais relacionadas à tradição Umbu; sítios concheiros de diferentes cronologias e associados a Sambaquis Plenos (fase 3), Tardios e/ou Jê Meridionais (fase 4) e Guarani (fase 4); e sítios ceramistas com formação de Terra Preta Arqueológica (TPA) associados a grupos Guarani. Os resultados nos permitiram inferir, em uma perspectiva regional, quais grupos pré-históricos ocuparam a região no tempo e no espaço, assim como suas adaptações culturais às paleopaisagens.
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Delta: Os pretéritos mais-que-perfeito simples e imperfeito sob a ótica da iconicidade e da gramaticalização
Angela Cristina Di Palma Back e Márluce Coan
" Este artigo propõe-se a demonstrar que os pretéritos mais-que-perfeito simples e imperfeito do subjuntivo são formas que codificam várias funções em Língua Portuguesa. Parte-se da premissa de que não há relação categórica de um-para-um entre função e forma. Apresentamos, inicialmente, o princípio da iconicidade e os princípios de gramaticalização, com o propósito de, ao final deste artigo, mostrar que se aplicam aos dados sob análise. Na sequência, ilustramos a multifuncionalidade do pretérito mais-que-perfeito simples (em perspectiva diacrônica) e do pretérito imperfeito do subjuntivo (em perspectiva sincrônica), considerando-se como motivações para essa multifuncionalidade as categorias Tempo e Modalidade. Os resultados apontam a Modalidade, pela generalização do traço irrealis, como fator que desencadeia mudanças tanto de tempo como de ponto de referência. Os pretéritos sob análise migram de passado com ponto de referência passado ao futuro: o mais-que-perfeito simples passa a codificar projeção futura e o imperfeito do subjuntivo, a codificar situações menos referenciais e menos factuais".
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Revista Brasileira de Psiquiatria: Effects of pregabalin on behavioral alterations induced by ketamine in rats
Emerson Arcoverde Nunes, Leila Canever, Larissa Oliveira, Renata Luca, João Quevedo, Alexandra Zugno, Antonio Peregrino, José Crippa, Serdar M. Dursun, Glen B. Baker e Jaime Hallak
OBJECTIVE: The aim of this study is to investigate the effects of pregabalin on the behavior of rats under the influence of ketamine, an NMDA receptor antagonist that mimics the symptoms of schizophrenia.
METHODS: Rats were injected with saline or 25 mg/kg ketamine intraperitoneally. After that, behavior modifications were investigated by the evaluation of stereotypy and hyperlocomotion, after treating rats with pregabalin (at doses of 30 mg/kg or 100 mg/kg) or placebo (saline solution).
RESULTS: The administration of pregabalin reduced ketamine-induced hyperlocomotion. However, neither doses of pregabalin had a significant effect on ketamineinduced stereotypy.
CONCLUSION: This is the first study to investigate the effects of pregabalin using an animal model of psychosis. Furthermore, our results indicate that behavioral changes induced by ketamine in rats can be reversed with the use of pregabalin, suggesting its potential to treat psychotic symptoms
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Revista Arkeos: Ecologia de Paisagem: bases teórico-metodológicas para o gerenciamento territorial
Jairo Zocche, Juliano Campos, Patrícia Scarpato e Fátima Marcomin
A demanda humana por recursos materiais e energéticos ocasionou, ao longo da história, modificações profundas na paisagem, o que tem levado a humanidade a diversos conflitos ambientais. O entendimento das relações espaciais, das interações e das mudanças estruturais e funcionais de uma paisagem, provocadas pela ação antrópica, é o objeto de estudo de uma ciência relativamente nova, a Ecologia de Paisagem. Esta ciência emergente pode contribuir para a solução de conflitos ambientais, uma vez que em suas análises permite a compreensão do grau de fragilidade a que as paisagens estão submetidas, ao mesmo tempo em que fornece subsídios para o planejamento da ocupação da terra e para a sua gestão eficiente. O estudo da paisagem do entorno dos locais de interesse arqueológico, por exemplo, vem se firmando cada vez mais com emprego de tecnologias não invasivas, como o sensoriamento remoto (imagens de satélite, fotografias aéreas e fotografias terrestres), associado ao uso dos sistemas de informação geográfica (SIGs). O processamento das informações geradas por tais tecnologias funciona como uma ferramenta de gerenciamento, enquanto que a Ecologia de Paisagem atua como uma ciência integradora de caráter interdisciplinar, que permite a análise dos cenários no presente e o planejamento de cenários futuros através do diálogo com as mais diversas áreas do conhecimento, diálogo este que é imprescindível para o gerenciamento territorial.
Cadernos do LEPAARQ: Arqueologia entre rios: do Urussanga ao Mampituba. Registros arqueológicos pré-históricos no extremo sul catarinense
Juliano Bitencourt Campos, Marcos César Pereira Santos, Rafael Casagrande Da Rosa, Claudio Ricken e Jairo José Zocche
O uso e o manejo dos recursos naturais pelos grupos humanos pré-históricos resultaram em uma gama de vestígios paisagísticos e materiais que revelam em parte o seu cotidiano. Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados dos estudos realizados no projeto de pesquisa “Arqueologia Entre Rios: Do Urussanga ao Mampituba”, desenvolvido pelo grupo de Pesquisa Arqueologia e Gestão Integrada do Território, da Universidade do extremo Sul Catarinense. A área estudada abrange uma poligonal de 4800 km2 (80 x 60 km), localizada no sul de Santa Catarina entre a foz dos rios Urussanga e Mampituba e entre o Oceano Atlântico e os Aparados da Serra. Os dados foram obtidos em fontes bibliográficas, no banco de dados do CNSA/IPHAN e em pesquisas de campo. Foram registrados 117 sítios pré-históricos dos quais 44 são associados aos grupos caçadores-coletores, 16 ao grupo dos sambaquianos, 52 aos grupos ceramistas, quatro sítios a arte rupestre e um a abrigo sob-rocha com enterramento associado. Os resultados nos permitiram inferir, numa perspectiva regional, quais grupos pré-históricos ocuparam a região, assim como, suas adaptações culturais às paleopaisagens, suas origens, migrações e interações existentes entre os mesmos.
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