Expectativa na saída de mais uma Missão Unesc para Projeto Rondon
Criciúma, Unesc, 15 de janeiro, pontualmente às 02hh30m AM. Oito acadêmicos e dois professores iniciam a primeira etapa da viagem com destino final a Francisco Santos, pequena cidade no semi-árido sul do Estado do Piauí. A expectativa é grande. Coordenada pela professora Janete Triches, com a presença do professor João Batanolli, a missão tem como alvo uma região com um dos mais baixos IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) da Federação.
“Chama Zabelê pra pudê ti conhecê”. O refrão da música do mais vanguardista e experimental compositor nordestino de todos os tempos, Hermeto Pascoal, apreciada nos anos 80, certamente seria apropriado para ilustrar o estado de espírito dos rondonistas. Eles vão preparados para ensinar, sabendo que terão muito que aprender e dispostos a encarar o novo eo desconhecido.
Uma outra missão, coordenada pela professora Rose Duarte com a presença do professor Murialdo Gastaldon partiu no dia anterior com destino a Marabá, Tocantins.
É a Unesc em mais missão humanitária nacional. É o Projeto Rondon. capitaneado pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas em parceria com prefeituras e universidades.
O que a bateria de celular tem a ver com o fogo?
Após um ‘longo’ soninho de 4 horas no alojamento do exército, fomos despertados pela alvorada às 6h e encaminhados para um café da manhã reforçado para aguentar o dia quente e cheio de atividades em Marabá. As atividades iniciaram às 8h através de uma formatura da 23º Infantaria de Selva, onde fomos apresentados aos batalhões e ao seu lindo ‘mascotinho’, a onça pintada Pioneiro. A oração, canção do soldado de selva e o desfile de todas as guarnições da Infantaria foram momentos marcantes e emocionantes para todos.
Após a formatura, nos dirigimos à Faculdade Metropolitana onde foi realizada a abertura oficial do Projeto Rondon com uma palestra do coronel Vitoriano sobre as atividades que serão realizadas durante os próximos 15 dias. Neste ano, o Projeto Rondon conta com 1600 rondonistas que irão atuar em 80 cidades nos Estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Pará e Tocantins, constituindo número recorde de participantes.
Voltamos ao 52o Bis para o almoço e um breve descanso para, em seguida, iniciarmos o treinamento de selva, composto por quatro estações, com os temas: ‘como obter água e fogo’, e foi surpreendente descobrir que é possível obter fogo com a bateria do celular; ‘como montar um abrigo’; ‘animais peçonhentos’ e nosso grupo foi um dos mais corajosos, já que quase todos seguraram as cobras! E, por fim , o curso de ‘frutas silvestres’, em que experimentamos diversos frutos, sementes e sucos de frutas que podemos encontrar na selva, incluindo um tempero especial a ‘larva do babaçu’. Com o final das atividades, o tão esperado banho! Já cheirosinhos, recebemos mais uma palestra sobre a importância, responsabilidades e atribuições do 52º BIS para o comando militar da região amazônica.
Logo após a palestra, os rondonistas dos diversos Estados brasileiros reuniram-se com seus instrumentos musicais e organizaram um divertido luau que serviu de integração entre os acadêmicos e professores. Às 23h, fomos ordenados a retornar aos alojamentos e descansarmos para o próximo dia.
19 de janeiro de 2011 às 15:52À espera do Hércules no primeiro dia do Rondon 2011
Enfim, o grande dia chegou! Hoje, sexta feira, às 2h, saímos de Criciúma rumo a Florianópolis. Nós, os rondonistas, em clima de euforia e ansiedade, nos despedimos de nossos pais e embarcamos, literalmente, nessa aventura - que certamente ficará marcada em nossas memórias.
Aproximadamente às 5h chegamos ao aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, e seguimos ao check-in onde nossas malas foram pesadas (e que pesadas!) e despachadas para o Rio de Janeiro.
O voo da empresa Gol fez escala em Curitiba e seguiu para o Rio às 9h, chegando às 10h ao destino.
Durante o voo, nos encontramos com os rondonistas da UDESC e UNIVALI e, chegando ao Rio de Janeiro, a confraternização foi ainda maior.
No Rio fomos recebidos pelos oficiais e sargentos do Exército Brasileiro. Nossa bagagem foi colocada em uma kombi (acreditem, faltou kombi pra tanta mala!) e seguimos até a Base Aérea do Galeão em um micro-ônibus do exército.
Chegamos à Base Aérea às 11h e corremos ao encontro da lanchonete, após o lanche... Mais uma vez check -in, despachando as malas para Marabá.
A partida estava marcada para 12h, mas, como nem tudo são flores, o horário previsto foi adiado e nos restou esperar. Aproveitamos o tempo para jogar conversa fora e nos conhecermos ainda mais.
Depois de 5 horas de espera, finalmente o Hércules chegou e, então, rumo a Marabá. Porém, com uma paradinha no aeroporto de Belo Horizonte para apanharmos mais rondonistas e, aí sim, Marabá.
A viagem no Hércules foi encantadora, ficamos maravilhados com essa experiência. E podemos nos considerar sortudos por isso, afinal de contas, nem todos os rondonistas tiveram esta oportunidade. Aproveitamos para tirar muitas fotos e registrar cada momento ali vivido.
O Hércules tem um design, digamos, um pouco diferente dos aviões convencionais. Os bancos estão dispostos lado a lado em quatro fileiras, o bagageiro é visível aos passageiros e, além disso, tivemos a oportunidade de visitar a cabine do avião.
Chegamos a Marabá às 23h, quatro horas após sairmos de Belo Horizonte. Fomos recebidos pelo Sargento Mesquita, nosso anjo que nos acompanhará no decorrer da operação. Do aeroporto de Marabá, seguimos escoltados até o 52 BIS – Batalhão de Infantaria de Selva.
Ao chegar ao BIS, fomos direto ao refeitório jantar. A comida estava ótima e o suco então, nem se fala! Matamos o que estava nos matando: a fome. Após terminar de comer, fomos buscar nossas malas e levá-las ao dormitório. E outro momento que foi muito esperado durante a viagem chegou: o banho! Depois do banho seguimos para a cama, ah! Que coisa boa, o descanso tão merecido.
19 de janeiro de 2011 às 15:31