Lingüista diz que falar, ler e escrever bem independe do conhecimento das regras gramaticais
A programação da noite contou ainda com apresentação da peça de teatro "Aquela tal de gramática", encenada por alunos da 7ª. fase do curso e por membros do grupo teatral Monticoisa. No final da apresentação, as professoras Mara e Marisa entregaram presentes aos "artistas". Na quinta-feira (29), o autor de vários livros participará do 1º Seminário de Leitura e Produção Textual do curso de Letras (Selep), das 08 às 17 horas.
Construções intelectuais
Possenti sustenta sua convicção em dois princípios, ou critérios. O primeiro, é que as gramáticas são construções intelectuais muito recentes na história humana. Se ela fosse crucial, diz ele, não teríamos escritores antes do seu surgimento. "Platão e outros filósofos, antes de Cristo, não sabiam gramática e escreverem suas obras", diz. O professor lembra que os sinais de pontuação (como ponto, vírgula, dois pontos, ponto e vírgula), a separação das palavras e sua organização em parágrafos foram criados pela indústria dos livros, para vendê-los.
Instinto
O segundo aspecto que sustenta sua tese é que aprendemos a falar sem saber gramática e ninguém, nem nossas mães, nos avisaram que para falar certo tinha que ser assim ou assado, e falamos. Se alguém duvida que a língua é inata ao ser humano ou que seu aprendizado é instintivo, como diz Possenti, basta pensar no aprendizado de uma língua numa tribo indígena. Assim, diz o lingüista, aquilo que numa língua é percebido como absurdo ou condenável, noutra é chique, porque o fenômeno mental é sempre o mesmo. 28 de maio de 2008 às 21:43
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