Conferência inicial das Jornadas de Arqueologia aborda “Ecologia, Cultura e Ambiente”
Após o cerimonial de abertura da 9º Jornada de Arqueologia Ibero-americana e da 1ª Jornada de Arqueologia Transatlântica, realizada hoje (1º/05), no Auditório Ruy Hülse, na Unesc, os trabalhos foram iniciados com a conferência “Ecologia, Cultura e Ambiente”, ministrada pelo professor doutor Rualdo Menegat (UFRGS), presidente do Fórum Nacional dos Cursos de Geologia.
A professora doutora Maria Luiza Porto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e o professor doutor João Serôdio, da UAN (Universidade Agostinho Neto), de Angola, foram os debatedores. O moderador foi o professor doutor Jairo José Zocche, da Unesc.
Para falar sobre o tema, o conferencista usou como exemplo seu estudo “Em busca do sentido de Machu Picchu” e discorreu sobre a relação entre natureza e cultura através dos tempos. Ele mostrou como o homem fez adaptações e utilizou os recursos naturais disponíveis, construindo as cidades conforme as características de cada região. Com a colonização, as cidades passaram a ser erguidas de acordo com os modelos usados pelos colonizadores – e não mais levando em conta apenas os aspectos do local.
“Cada lugar tem paisagens que resultam das características morfoestruturais e litológicas e da ação dos organismos vivos. É preciso entender essa geometria do lugar e não destruí-la”, ponderou o conferencista.
No caso dos Incas, eles ergueram Machu Picchu num cruzamento de falhas geológicas. “Onde o maciço rochoso é pré-disposto a ser modelado e onde há água. A cidade está encravada no mapa de fraturas das rochas, numa tentativa de ‘domesticar’ as falhas”, explicou Rualdo Menegat. Respeitando as características do local, os Incas construíram uma cidade entre montanhas e sem dispor de equipamentos que facilitassem a construção.
Aplicação para a sustentabilidade
A professora doutora Maria Luiza Porto sugeriu ao conferencista que apresentasse um aplicativo sobre o que foi exposto, contribuindo para a sustentabilidade. “Como reintroduzimos a paisagem, nas grandes cidades que temos hoje? Precisamos buscar as raízes, entender as paisagens que estão aí e associar com a cultura. A ecologia de paisagem pode nos trazer os modelos, mas a cultura vai escolher os melhores”, argumentou Menegat.
Eventos seguem até sábado
As Jornadas terão sequência hoje (2/05), abrindo às 8h30, com as Comunicações por Inscrição. A partir das 14h, ocorrerão as mesas-redondas Arqueologia do Contato e Arte Rupestre e Território – da Pesquisa à Gestão. Para as 19h, está programada a conferência Arqueologia no Cruzamento da História e da Antropologia, ministrada pelo professor doutor Stefano Grimaldi, da UNITN (Universita' degli Studi di Trento), da Itália.
Ano de Portugal no Brasil
As jornadas integram a programação oficial do Ano de Portugal no Brasil e para o Ano do Brasil em Portugal 2012/2013. Elas são organizadas pela Unesc, NEN (Núcleo de Estudos Negros), IBIO (Instituto Bioatlântica) e UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), no Brasil, e ITM (Instituto Terra e Memória), CIAAR (Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo), CMM (Câmara Municipal de Mação), IPT (Instituto Politécnico de Tomar), em Portugal.
Os eventos contam ainda com o apoio da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Pela Unesc os eventos envolvem o Iparque (Parque Científico e Tecnológico), o Setor de Arqueologia, o PPGCA (Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais), os cursos de História, Ciências Biológicas, Direito e Geografia, e os grupos de pesquisa em Arqueologia e gestão integrada de território, Ecologia de paisagem e de vertebrados e Planejamento e gestão territorial.
Programação
Fonte: Secom
02 de maio de 2013 às 00:30
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