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Arte Rupestre e Território na segunda mesa-redonda das Jornadas de Arqueologia

Arte Rupestre e Território na segunda mesa-redonda das Jornadas de Arqueologia
Professores da Espanha, África do Sul, Uruguai e Brasil coordenam evento (Foto: Andréia Limas) Mais imagens

A segunda mesa-redonda da 9º Jornada de Arqueologia Ibero-americana e da 1ª Jornada de Arqueologia Transatlântica, promovidas na Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), em Criciúma, foi realizada na tarde de hoje, tendo como tema “Arte Rupestre e Território – da Pesquisa à Gestão”. Os trabalhos foram coordenados pelo professor doutor José Júlio Garcia Arranz, da Unex (Universidade da Extremadura), da Espanha.

Participaram como convidados os professores doutores Hipólito Collado, também da Unex; Leonel Cabrera, da Udelar (Universidad de la República Uruguay); Benjamin Smith, do Rari (Rock Art Research Institute), da Universidade de Witwatersran, na África do Sul; além da professora doutoranda Maria Fátima Ribeiro Barbosa, da Univasf (Universidade do Vale do São Francisco), do Piauí.

“Precisamos proteger o patrimônio rupestre, pois ele é fundamental para o desenvolvimento econômico e turístico. É preciso estudar e catalogar, mas também desenvolver projetos que possam converter as pessoas do local em gestores desse patrimônio”, defendeu Arranz.

Para Collado, o universo das antigas pinturas e gravuras encravadas em rochas pode ter um fim social. “É preciso observar critérios, como a qualidade dos conteúdos, a conservação, o domínio público e acessibilidade. A arte rupestre é um museu aberto e tem que ser acessível ao maior número possível de pessoas”, sustentou.

O forte engajamento social também foi destacado pelo debatedor Benjamin Smith, que citou como exemplo o projeto desenvolvido no Planalto Makgabeng, na África do Sul. “Há uma relação da arte rupestre com a comunidade. Procuramos engajar e contratar pessoas do local para trabalhar nos sítios”, destacou. Segundo ele, alguns caminhos que levam aos sítios foram traçados levando em conta os moradores, que assim podem vender seus produtos aos visitantes.

Fechando os debates, a professora Maria Fátima Ribeiro Barbosa convidou a todos para conhecer os Parques Nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões, no Piauí, que guardam mais de mil sítios de arte rupestre, sendo reconhecidos pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade.

Tecnologia a serviço da arte rupestre

O debatedor Hipólito Collado afirmou que houve uma mudança na forma de trabalhar em arte rupestre, com o emprego cada vez maior da tecnologia, como o scaneamento em 3D e o tratamento digital das imagens. “Esses novos métodos de observação estão revolucionando os estudos. São importantíssimos para entendermos os registros”.

Ele também destacou a importância de conservar as manifestações de arte rupestre, que sofrem com interferências da natureza e também com a ação de vândalos. “Só vamos mudar isso (o vandalismo) com a educação das crianças”, defendeu.

Fonte: Secom

02 de maio de 2013 às 19:45
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